Sunday, March 13, 2011

A espera

A espera


Não sei o nome deste pássaro
que me canta agora e me
acompanhará ao crepúsculo
até a noite quando encontrarei
as horas apartadas para lhe
escrever seu testamento.

Toda criação insiste
que não se deve apurá-lo
sem cair na angústia
de viver na carreira
ao volante sem os freios,
sem tuas mãos

no meu rosto para
deter-me um pouco mais
do poema, em um ídilio
fora do tempo que
anunciava o pássaro, uma
intimação da eternidade.

Indran Amirthanayagam, 25 de fevereiro, 2011